Bom dia.
Leia João 15.1-8.
Este post conclui o anterior, CERCAS SAGRADAS, parte 1 de 2, quando vimos que o primeiro segredo da videira frutífera é a poda (limpeza) da planta.
O segundo segredo da frutificação é a “permanência” dos ramos na videira.
Essencialmente, ser um cristão é estar “em Cristo”, organicamente unido a ele. Assim, permanecer em Cristo é manter e desenvolver um relacionamento já existente. Além disso, trata-se de um relacionamento recíproco, uma vez que permanecemos em Cristo e Cristo em nós. Para que ele permaneça em nós, devemos permitir que ele assim o faça, que ele seja cada vez mais aquilo que é: nosso Senhor e o Doador de nossa vida.
É necessário permanecer em Cristo para que consigamos dar frutos para a glória de Deus Pai. Se quisermos ter um discipulado transformador, uma comunhão edificante e um evangelismo com muitos frutos é imprescindível PERMANECER EM CRISTO. Só no capítulo 15 de João, o verbo "permanecer" aparece 12 vezes.
Mas, para permanecermos em Cristo, devemos ouvir o que ele nos diz, como escreveu o bispo J. C. Ryle:
“Permaneçam em mim. Agarrem-se a mim. Colem-se firmemente em mim. Vivam a vida de comunhão íntima comigo. Cheguem cada vez mais perto. Passem todo o fardo para mim. Lancem todo o peso sobre mim. Nunca se soltem de mim nem por um momento sequer”.
J. C. Ryle, 1816-1900
Sem permanecermos em Jesus, não conseguiremos dar nem um frutinho sequer.
A seguir, uma história verídica sobre uma sequoia, árvore gigante e longeva.
A história de uma Sequoia
Há mais de quatrocentos anos, mais precisamente, em 1606, 200 anos depois do início da construção da Cidade Proibida, na China, num bosque de sequoias altas, numa terra que viria a ser conhecida como Califórnia, Estados Unidos, uma minúscula muda despontou na terra virgem. Pequenos ramos saíram em direção à luz do sol, filtrada pelas grandes árvores ao redor.
Três anos depois, em 1609, aquele broto já era uma árvore com mais de três metros. Um grupo de estudiosos lançava a versão King James da Bíblia.
Em 1618, quando a árvore já tinha a altura de quase dois andares, a Europa se envolvia num conflito que ficou conhecido como a Guerra dos 30 anos.
À medida em que a árvore ia crescendo, o Brasil se tornava uma nação, o mundo enfrentava duas guerras mundiais, o homem ia à Lua e acontecia o atentado terrorista de 11 de setembro.
Por todos esses eventos e atravessando séculos, a pequena muda se tornou um grande titã da floresta com mais de 70 metros sob o sol da Califórnia.
E então, apenas alguns anos atrás, a árvore tombou sobre a terra em um estrondoso colapso. Foi a primeira das magníficas sequoias de Yosemite a cair em muitos anos; por essa razão o Serviço Florestal iniciou uma investigação oficial.
Qual a causa misteriosa da queda daquele gigante? O que teria feito uma árvore tão majestosa cair daquela maneira? Não houve nenhuma tempestade, ou fogo, ou enchente, ou trovão. A árvore tombada não demonstrava evidências de ataque animal ou de dano por algum inseto. Depois de examinar a árvore tombada, os guardas e peritos florestais chegaram a uma conclusão surpreendente.
Ficou determinado que A MOVIMENTAÇÃO HUMANA em torno da base da árvore nos últimos anos tinha danificado as raízes e contribuído para o colapso. A partir desse evento, a Guarda Florestal decidiu cercar as sequoias mais antigas, altas e importantes, para impedir que o público “pisasse nas raízes” desses gigantes.
Mesmo as mais fortes e veneráveis árvores que existem há centenas de anos não conseguem sobreviver quando não há proteção – quando não há cercas em torno de suas raízes.
Precisamos construir cercas sagradas para conservarmos nossas raízes, para que possamos enfrentar os vendavais da vida. A ferramenta para isso é uma vida devocional diária, a priorização de um tempo de qualidade com Deus.
Construa cercas sagradas em torno do seu relacionamento com Cristo. Permaneça nele. Não permita que as urgências do dia atropelem as coisas importantes.
"Se não formos os primeiros a chegar em nossas agendas, outros o farão por nós."
Eugene Peterson, 1932-2018
Antes do amanhecer me levanto e suplico o teu socorro; na tua palavra coloquei minha esperança.
(Salmo 119.147)
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