Bom dia.
Prosseguimos em nossa série tratando sobre a terceira porta que podemos abrir para a ansiedade: servir a Deus da forma errada.
3. Servir a Deus da forma errada
“Ninguém pode servir a dois senhores, pois odiará um e amará o outro; será dedicado a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro.”
(Mateus 6.24)
Você não pode servir a dois mestres (ou senhores), diz Jesus. Não que você não possa “ter um bico”, mas este esforço acarreta tensão e ansiedade. Vejamos a implicação do que Jesus está dizendo. Fomos feitos para ter um Mestre; Deus nos fez para Si mesmo. Ele é Senhor, pensemos assim ou não. Fomos criados de uma forma que a adoração é parte integral da nossa natureza. Mas quando deixamos de adorar ao Senhor, não deixamos de ser criaturas adoradoras. Ao invés de sermos servos do Senhor, nos tornamos servos de algo que ele fez ou o próprio homem fez.
“Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!”
(Romanos 1.25)
Calvino disse que nosso coração é uma fábrica de ídolos. Se tiramos Deus do lugar que lhe é devido em nosso coração, colocaremos outra coisa ou pessoa lá para adorarmos.
Para o cristão, que foi chamado para servir a Deus, essa “mudança de mestre” causa ansiedade, ora servindo a um, ora servindo a outro. Ora Deus é prioridade para nós, ora não. É fundamental para a nossa vida espiritual resolver de uma vez por todas a questão de para quem nossa devoção será dedicada.
O apóstolo Paulo fala disso duma maneira toda especial à igreja de Corinto. Sua preocupação era que a igreja devesse estar livre de qualquer ansiedade que pudesse arruinar seu testemunho e prejudicar uma dedicação de todo o coração a Deus:
“Irmãos, isto é o que quero dizer: o tempo que resta é muito curto. Portanto, de agora em diante, aqueles que têm esposa devem agir como se não fossem casados. Aqueles que choram, que se alegram ou que compram coisas não devem se entregar totalmente à tristeza, à alegria ou aos bens. Aqueles que usam as coisas deste mundo não devem se apegar a elas, pois este mundo, como o conhecemos, logo passará.
(1Coríntios 7.29-31)
O que Paulo quer dizer? Que devemos nos tornar “odiadores do mundo”, vendo casamento, possessões e comércio como impedimentos à vida cristã? Não, mas que no nosso contexto terreno, temos que entender que estas coisas – família, casa, negócios, estudos – não são nossas. São presentes dados por Deus, bênçãos para nós. Nunca, jamais elas devem ser nossos mestres. Se deixarmos que isso aconteça, entristeceremos o coração do Senhor (Mateus 6.24).
Quando você vai ao médico, ele faz uma série de perguntas para elaborar um diagnóstico da sua condição. Quando Jesus faz o nosso diagnóstico, Ele também faz perguntas, e nossas respostas nos revelarão uma grande parte do nosso estado espiritual.
Enquanto lemos a Bíblia, ela também nos lê. Por isso, é necessário que respondamos com sinceridade às perguntas que o texto (Jesus) está nos fazendo:
Onde está seu tesouro? Sua visão espiritual está focada em quê? Quem é seu mestre?
>>> continua no próximo post.
Bibliografia usada na série "A Cura para a Ansiedade"
FERGUSON, Sinclair. Kingdom Life in a Fallen World: Living Out the Sermon on the Mount - (A Vida do Reino em um Mundo Caído: Vivendo o Sermão da Montanha)
STOTT, John. A Mensagem Do Sermão Do Monte - contracultura cristã, Ed. ABU
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