Bom dia!
A Bíblia é um livro sincero. Ela não é um livro de histórias de super-heróis, nem de gente que não erra na vida, mas de seres humanos tortos e falíveis, que muitas vezes são transformados pela graça de Deus. Foi assim com Jacó.
A saga de Jacó é uma das pessoas mais interessantes das Escrituras. Antes dele nascer, já havia uma profecia sobre o conflito dele com o irmão gêmeo Esaú, que perduraria por gerações (Gênesis 25.23).
Em seu livro "A Espiritualidade na Prática", editora Ultimato, R. Paul Stevens traça o seguinte panorama dessa família peculiar:
“A história de Jacó é tão universal porque é pessoal. Um pai distante, uma mãe ultra protetora, um irmão dominador, esposas que ele não consegue agradar, um sogro manipulador, filhos alienados uns dos outros – este é o material que compõe não apenas a história de Jacó, mas, na maioria das vezes a nossa própria”.
O contexto de Jacó está debaixo da Aliança que Deus fez com Abraão em Gênesis 12:
"Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei famoso, e você será uma bênção para outros. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você, todas as famílias da terra serão abençoadas".
(Gênesis 12.2,3)
Jesus é o descendente de Abraão que cumpriu esta última promessa. O detalhe é que Abraão não tinha filhos quando Deus lhe prometera descendência, pois sua esposa Sara era estéril e ambos já eram avançados em idade. Porém, contra todas as possibilidades humanas, nasce Isaque.
O Senhor agiu em favor de Sara e cumpriu o que lhe tinha prometido. Ela engravidou e deu à luz um filho para Abraão na velhice dele, exatamente no tempo indicado por Deus.
(Gênesis 21.1,2)
Por sua vez, Isaque, aos quarenta anos de idade (v. 20), também se casou com uma mulher estéril, Rebeca. Só depois de vinte anos de oração (v. 26), Rebeca fica grávida, de gêmeos, uma gravidez complicada (v. 22), pois os meninos já estavam se estranhando no ventre materno.
Esaú nasce primeiro e Jacó em seguida, segurando o calcanhar do irmão. Por isso, recebe o nome de "Jacó", que carrega a mensagem: “vencerei na vida, nem que, para isso, tenha que derrubar todos pelo calcanhar”. Lamentavelmente, os pais contrariam todo o bom senso, tendo cada um deles predileção por um dos filhos. Uma casa dividida em seus relacionamentos não é boa coisa (Mateus 12.25), é tragédia anunciada, que acaba se consumando no capítulo 27 de Gênesis.
Abraão não tinha filhos, nem Isaque, nem Jacó. Todos se casaram com mulheres estéreis. Não teria sido "menos complicado" para Deus escolher outra linhagem de pessoas mais "normais", clinicamente falando? Para Deus, não,
"Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas"
(Lucas 1.37)
Deus sempre cumpre suas promessas. Por isso, precisamos ler a Bíblia para conhecê-las. Ao vermos o plano da salvação em Cristo passando por uma família com todas essas dificuldades, o Altíssimo nos mostra que Ele cumpre seus planos do jeito que lhe aprouver:
“Meus pensamentos são muito diferentes dos seus”, diz o Senhor, “e meus caminhos vão muito além de seus caminhos."
(Isaías 55.8)
Nem sempre entendemos os caminhos de Deus, mas podemos confiar em cada uma das suas promessas.
Os planos de Deus vão de uma eternidade passada a uma eternidade futura. Que ele demore quanto quiser.
William S. Plumer, 1802-1880
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