MENSAGEIROS DE ESPERANÇA
- Luiz Fernando Arêas

 - há 1 dia
 - 2 min de leitura
 
Bom dia.

Na passagem de hoje, Paulo fala que somos o aroma de Cristo (o bom perfume de Cristo, dependendo da tradução).
Em outras palavras, o cristão deve reproduzir a vida de Cristo e andar com Ele de tal forma que as pessoas ao redor sejam inevitavelmente impactadas pelo pulsar da vida do Senhor no cristão. Devemos almejar esse ideal.
Lembrei-me dessa passagem ao ler o marcante relato que Henri Nouwen faz em um dos seus livros sobre a vida de um amigo, cujo nome faz questão de não mencionar.
O texto abaixo é extraído do livro Mosaicos do presente, de Henri Nouwen, Ed. Paulinas, págs. 23 e 24.
A alegria é contagiante, exatamente como o é a tristeza. Eu tenho um amigo que irradia alegria, não porque a sua vida seja fácil, mas porque habitualmente ele reconhece a presença de Deus no meio de todos os sofrimentos humanos, o seu e o dos outros.
Onde quer que vá, seja quem for que encontre, ele é capaz de ver e ouvir sempre algo de belo, algo de que dar graças. Ele não nega a grande tristeza que o envolve, nem é cego ou surdo aos sinais e sons de agonia dos seus companheiros de existência, porque o seu espírito caminha em direção à luz, no meio da escuridão e das preces, no meio dos gritos de desespero.
O seu olhar é gentil, a sua voz é calma. Não se trata de sentimentalismo. É uma pessoa realista, mas a sua fé profunda permite-lhe descobrir que a esperança é mais real que o desespero, a fé mais real que a descrença e o amor mais real que o medo. É este realismo espiritual que faz dele um homem tão alegre.
Sempre que me encontro com ele, não resisto à tentação de lhe chamar a atenção para as guerras entre as nações, para a fome de milhares de crianças, para a corrupção na política e a falsidade entre as pessoas, procurando assim impressioná-lo com os últimos fracassos do género humano. Mas, sempre que experimento fazer uma coisa destas, ele olha para mim com o seu olhar gentil e cheio de compaixão e diz:
'Eu vi duas crianças partilharem o seu pão uma com a outra e ouvi uma mulher dizer "obrigada" e sorrir quando alguém lhe ofereceu um cobertor. Estas pessoas simples e pobres deram-me nova coragem para continuar a viver.'
A alegria do meu amigo é contagiante. Quanto mais estou com ele tanto mais consigo captar raios de Sol a brilhar por entre as nuvens. Sim, eu sei que o Sol existe, mesmo quando os céus estão cobertos com nuvens. Enquanto o meu amigo falava sempre do Sol, eu continuava a falar das nuvens; até que um dia cheguei à conclusão de que era graças ao Sol que eu conseguia ver as nuvens. Os que continuam a falar do Sol enquanto caminham sob um céu cheio de nuvens são mensageiros de esperança, os verdadeiros santos dos dias de hoje.



Comentários