Bom dia.
Leia Mateus 7.24-29
A pregação mais famosa de todos os tempos, sem dúvida, é o Sermão do Monte, pregado por Jesus, o Deus encarnado. Texto de suma importância. Precisa ser lido com frequência, pois é uma espécie de checklist da vida do cristão.
Vivemos dias difíceis, num mundo onde os valores anti Deus são cultuados. Vidas, famílias e relacionamentos têm sido bombardeados pelos princípios "líquidos" da pós-modernidade, para usar a expressão cunhada pelo sociólogo Zigmunt Bauman, 1927-2017 - autor profícuo sobre o assunto, como se pode ver por alguns dos títulos de seus livros: Modernidade Líquida, Amor Líquido, Tempos Líquidos, Medo Líquido, Vida Líquida.
Em suma, aquilo que era moderno, sólido, constante, agora se tornou líquido, instável, mutável, pós-moderno. Essa marca é visível num mundo onde conceitos mudam com frequência, "o certo" e "o errado" não mais existem. O importante, diz a cultura, é ser feliz.
"Amigos" proliferam nas redes sociais. Casamentos duradouros são cada vez mais raros. Valores cristãos são relativizados.
Esse discurso e a realidade não são novos. Estão aí há décadas, promulgando essa vida líquida, sem profundidade, tão comum no século XXI.
Jesus termina o Sermão do Monte com uma ilustração marcante, a parábola dos dois construtores. Dois homens com uma mesma necessidade e objetivo, construir casas. Contudo, a atitude deles para com algo tão fundamental é radicalmente diferente.
O primeiro é chamado de Jesus por "prudente" e constrói sua casa sobre uma rocha. Dá trabalho. Leva tempo. Requer força, persistência. Mas no fim, todo seu investimento é recompensado com uma casa sólida, capaz de suportar as chuvas fortes, os rios caudalosos e os fortes ventos que soprarão sobre aquele lar.
"E ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha".
(Mateus 7,25)
Cair era uma possibilidade concreta, mas o fato de o construtor ter optado por construir sua casa num alicerce confiável fez toda a diferença.
Contudo, há o outro construtor, a quem o Senhor chama de "insensato", "tolo", que constrói sua casa sobre a areia. Cavar na areia é muito mais fácil do que cavar na rocha.
Esse construtor é imediatista, "prático", tem menos trabalho e sua casa fica pronta rapidamente. Contudo, a casa não resiste às provações que a vida lhe aflige.
"E ela caiu! E foi grande a sua queda".
(Mateus 7.27)
Jesus escolhe terminar o sermão mais famoso da história com uma frase chocante como essa. O texto não está simplesmente discutindo engenharia das casas, mas a engenharia da vida.
Impressiona que os versos 25 e 27 sejam idênticos nos eventos naturais que dão contra as casas:
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa...
Mateus (7.25 e 27)
Ou seja, independentemente de onde sua casa for construída, ela será testada. Conte com a chuva, os rios e os ventos, porque eles virão.
A diferença está no alicerce.
Jesus nos pergunta onde estamos erigindo nossas vidas. Construir sobre a rocha é uma escolha diária. Sobre qual alicerce estamos firmando toda nossa confiança? É isso que vai determinar se a casa permanecerá.
Paulo relembra das dificuldades de Israel no deserto, mencionando que Deus matara a sede do seu povo algumas vezes fazendo água sair da rocha:
Irmãos, não quero que vocês se esqueçam do que aconteceu muito tempo atrás, quando nossos antepassados foram guiados por uma nuvem que ia adiante deles e atravessaram o mar. Na nuvem e no mar, todos foram batizados como seguidores de Moisés. Todos comeram do mesmo alimento espiritual e todos beberam da mesma água espiritual, pois beberam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.
(1Coríntios 10.1-4)
A rocha era Cristo. Cristo é a Rocha sobre a qual precisamos construir nossas vidas.
Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
(Salmo 90.1,2)
Eu te amo, ó Senhor, força minha. O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu alto refúgio.
(Salmo 18.1,2)
O Senhor vive! Bendita seja a minha Rocha! Exaltado seja Deus, o meu Salvador!
(Salmo 18.46)
Senhor, toda glória seja dada a Ti. Sê Tu sempre nossa Rocha.
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