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  • Foto do escritorLuiz Fernando Arêas

ABRAÃO 07 - O DEUS QUE ME VÊ

Bom dia.



A Bíblia é um livro autêntico, que não esconde os erros e falhas dos seus personagens.


Os conflitos domésticos na tenda de Abraão tomam contornos dramáticos, a ponto da escrava Hagar, grávida do patriarca, fugir de Sara, sua senhora. Ela vai parar no deserto, que não é lugar para uma mulher grávida e solitária. Mas ela não está só.

O Anjo do Senhor encontrou Hagar perto de uma fonte no deserto, no caminho de Sur.

(Gênesis 16.7)


Aqui temos a primeira aparição deste personagem enigmático, o Anjo do Senhor, que fala na primeira pessoa como sendo Deus. Observe que o texto diz que o Anjo do Senhor a encontrou, e não o contrário. Ele poderia simplesmente deixá-la perambular no deserto, mas não o fez. Hagar é uma "ovelha perdida", e o Senhor vai atrás dela até encontrá-la.

e perguntou-lhe: “Hagar, serva de Sarai, de onde você vem? Para onde vai? Respondeu ela: “Estou fugindo de Sarai, a minha senhora”.

(Gênesis 16.8)


As perguntas de Deus são frequentes na Bíblia. Quando Ele faz uma pergunta, é evidente que sabe a resposta. Contudo, as perguntas divinas têm várias finalidades como, por exemplo, levar quem as recebe a refletir sobre elas e exteriorizar suas respostas. Hagar sabe de onde veio, mas não sabe para onde vai.

Disse-lhe então o Anjo do Senhor: “Volte à sua senhora e sujeite-se a ela”.

(Gênesis 16.9)


Creio que não era bem isso que Hagar queria ouvir. Talvez ela preferisse ser consolada. Mas bênçãos estão por vir. "Vá para casa e se humilhe, Hagar, peça perdão a ela e resolva agir de maneira diferente a partir de agora."


Fugir dos problemas não é a solução. Às vezes, quando pensamos que estamos tão certos e mantemos nossa posição, o que realmente precisamos fazer é nos humilhar, pedir desculpas, amolecer nossos corações e dar uma "resposta calma".

A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira.

(Provérbios 15.1)


O Anjo do Senhor passa a abençoar Hagar revelando os planos divinos para ela e o menino que vai nascer:

Disse mais o Anjo: “Multiplicarei tanto os seus descendentes que ninguém os poderá contar... Você está grávida e terá um filho, e lhe dará o nome de Ismael, porque o Senhor a ouviu em seu sofrimento”.

(Gênesis 16.10-12)


Abraão seria pai de nações, e Ismael (Deus ouve) está nos planos de Deus para isso. Contudo, seus dias seriam difíceis:

"Ele será como jumento selvagem; sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele, e ele viverá em hostilidade contra todos os seus irmãos".

(Gênesis 16.12)


Tudo previsto e tudo controlado por Deus. A resposta de Hagar é uma das mais belas das Escrituras:

Este foi o nome que ela deu ao Senhor que lhe havia falado: “Tu és o Deus que me vê”, pois dissera: “Teria eu visto Aquele que me vê?”

(Gênesis 16.13)


Franklin J. Andreen, em seu livro Abraham, escreve:

Eu amo essa frase. Muitas vezes, nas minhas horas mais sombrias, quando me sinto longe de Deus e não vejo como Ele poderia ter misericórdia de alguém como eu, disse: "Deus me vê. Você me vê como eu sou. Seus olhos flamejantes estão olhando bem para o meu coração agora. Para onde mais eu posso ir? Para onde posso fugir? O que posso esconder? Você me vê." E nesses momentos que, como em nenhum outro momento da minha vida, Deus toma seu grande balde de graça e amor e derrama sobre minha cabeça!

O anjo falou com Hagar e não com Sara (a vez dela chegaria). A bênção de Deus surpreende.

Deus se importa com a mãe e com o filho. Deus traz salvação a uma escrava e Hagar conhece a Deus na sua maior crise. Deus ouviu e viu o sofrimento de Hagar e também está atento aos nossos momentos difíceis.


Noutra ocasião, um anjo também falou a uma mulher chamada Maria que ela teria um filho, e deu nome a ele (Lucas 1.21-33). Esse filho também seria rejeitado e sofreria hostilidades. Jesus entende melhor do que qualquer pessoa o nosso sofrimento. Ele é o Deus que nos vê.

Nem Abraão merecia uma grande nação, nem Sara merecia ser mãe, nem Hagar merecia ser socorrida e abençoada. A graça de Deus é assim. Não a compreendemos, mas não podemos viver sem ela.


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