Bom dia.
Se há uma lição no livro de Ester, é que Deus age nas entrelinhas.
Por ser a Palavra de Deus, a Bíblia é um livro que merece ser lido com muita atenção. Devemos evitar as leituras superficiais, achando que elas vão nos alimentar.
Gosto muito do livro de Ester. Leia-o num dia desses. Nele o nome de Deus não aparece explicitamente, um artifício literário para justamente chamar a atenção da atuação divina em toda narrativa. O Senhor está presente do começo ao fim do livro. É impressionante como Ele trabalha nos bastidores, onde ninguém está vendo.
A História de Ester se passa na cidade de Susã, capital do reino persa, no período pós-exílico de Israel. É o único livro da Escritura que retrata a realidade da vida dos judeus que preferiram ficar na Babilônia, ao invés de retornarem do exílio para Jerusalém.
O povo de Israel fora levado cativo pela Babilônia por causa da sua desobediência. A Babilônia, por sua vez, havia sido conquistada pela Média e Pérsia (Daniel 5). Os persas (atualmente o Irã) formaram um grande império, retratado no filme “300”. Os judeus que não voltaram do exílio estabeleceram-se no império persa, com suas casas e negócios.
Hamã, o vilão da história, queria exterminar todos os judeus e conseguira que o rei Xerxes (ou Assuero) promulgasse uma lei decretando isso. O rei não sabia que Ester, sua rainha, era judia. Mardoqueu, pai adotivo de Ester, manda dizer a ela que entre na presença do rei para interceder pelo seu povo.
Porém, se fizesse isso sem ser chamada pelo rei, ela poderia ser executada imediatamente, a não ser que o rei estendesse seu cetro a ela. Portanto, a situação é desesperadora. O capítulo 4 termina com uma nota quase fúnebre, com Ester esperando a morte. Mas depois de 3 dias de jejum e oração, Deus mostra a saída: oferecer um, ou melhor, dois banquetes ao rei! O rei estende o cetro a ela e lhe é totalmente favorável.
Olhe bem para o pedaço em branco da sua Bíblia entre o capítulo 4 e o 5. Nesse espaço passaram-se três dias. Três dias de jejum e oração. Em algum momento daquelas 72 horas, de alguma forma, Deus trouxe a solução do problema a Ester. O ponto de virada da narrativa está justamente aí, no capítulo quatro e meio.
Nesse exato momento, Deus está atuando nas linhas e entrelinhas das nossas histórias, tanto na linha de frente da batalha quanto nos bastidores. Ele é o diretor das nossas narrativas. Aprendamos com Ester e busquemos a face do Altíssimo, porque Ele pode nos livrar de qualquer situação, se essa for a vontade dEle.
Tu nos buscaste quando não te buscávamos; de fato, nos buscaste para que te buscássemos.
Agostinho, 354-430
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