Bom dia.
Abrão vai progredindo na caminhada com Deus.
Na trajetória de Abraão é visível o progresso que o patriarca tem feito em conhecer a Deus e confiar nele.
Ele saiu da terra de sua família e veio para Canaã, enfrentou uma fome severa, passou por provações no Egito, lidou com uma crise familiar com o sobrinho Ló, demonstrando sabedoria e dependência de Deus.
Num dia, que parecia como outro qualquer, lá estava Abraão levando sua vida nômade, quando a tranquilidade é violentamente quebrada. Praticamente no seu quintal, eclode uma guerra entre nove povos, quatro contra cinco.
A vida tem dessas coisas. Subitamente, nossa agenda é jogada para o alto por causa da notícia de um exame, de um emprego que se vai, uma crise familiar, uma pandemia mundial...
Abraão não tem nada a ver com essa guerra. Ele não quer a guerra, mas essa guerra vem até ele e o afeta. É impossível não se envolver, porque
Levaram também Ló, sobrinho de Abrão, e os bens que ele possuía, visto que morava em Sodoma.
(Gênesis 14.12)
Abraão monta um pequeno exército com homens treinados e nascidos em sua casa para resgatar seu sobrinho. Ele não age por impulso, antes demonstra ser um bom estrategista. Persegue o inimigo, planeja e executa um ataque noturno, dividindo seus homens em dois bandos.
Não me preocupo com o que pode acontecer daqui a cem anos. Aquele que governava o mundo antes de eu nascer cuidará disso igualmente, quando eu estiver morto. A minha parte é melhorar o momento presente.
John Wesley, 1703-1791
Uma longa perseguição tem início, desde o Sul, região do Mar Morto até o norte de Israel e além, até a região de Damasco, na Síria. A missão é bem-sucedida.
[Abrão] Recuperou todos os bens e trouxe de volta seu parente Ló com tudo o que possuía, com as mulheres e o restante dos prisioneiros.
(Gênesis 14.16)
Então o capítulo termina de forma surpreendente. O rei de Sodoma vai até Abraão e uma figura enigmática entra em cena, Melquisedeque (rei de justiça, no hebraico), rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo (a primeira ocorrência dessa expressão na Escritura).
Melquisedeque vai ao encontro de Abraão com pão e vinho, e o abençoa assim:
“Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos”.
(Gênesis 14.19)
E Abraão dá mais um passo no conhecer a Deus, agora como o Deus Altíssimo (El Elyon, no hebraico). Embora a empreitada da guerra e do resgate tenha sido trabalhosa, ele sabe que não foi seu exército ou sua estratégia que lhe deram a vitória sobre seus inimigos, mas o Deus Altíssimo, que os entregara em suas mãos.
Abraão recusa-se a receber qualquer pagamento do rei de Sodoma e reconhece que tudo que ele tem e conquistou vem de Deus. Por isso entrega o dízimo (décima parte) a Melquisedeque.
Há uma frase atribuída a várias pessoas que diz mais ou menos assim:
Aja como se tudo dependesse de você, sabendo que tudo depende de Deus.
O crescimento de Abraão também vem através das crises e das guerras.
Se for para crescermos através das crises, então, ensina-nos, Senhor, a confiarmos em ti em todo o tempo, e fazer a nossa parte.
Um bom cristão não é como o sol de Ezequias, que recuou, nem como o sol de Josué, que permaneceu imóvel, mas como aquele que está sempre avançando em santidade e elevando-se no crescimento de Deus.
Thomas Watson, 1620-1686
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